"Feliz aquele que acredita em seus sonhos, pois só assim poderá realizar seus vôos plenamente."

terça-feira, 2 de novembro de 2010

O contrário do amor.

O contrário de bonito é feio, de rico é pobre, de preto é branco, isso se aprende antes de entrar na escola. Se você fizer uma enquete entre as crianças, ouvirá também que o contrário do amor é o ódio. Elas estão erradas. Faça uma enquete entre adultos e descubra a resposta certa: o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença.

O que seria preferível, que a pessoa que você ama passasse a lhe odiar, ou que lhe fosse totalmente indiferente? Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecido por completo da sua existência? O ódio é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença não aceita declarações ou reclamações: seu nome não consta mais do cadastro.

Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo. Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito. Para odiar, necessitamos do objeto do ódio, necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo. O ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor.

Já para sermos indiferentes a alguém, precisamos do quê? De coisa alguma. A pessoa em questão pode saltar de bung-jump, assistir aula de fraque, ganhar um Oscar ou uma prisão perpétua, estamos nem aí. Não julgamos seus atos, não observamos seus modos, não testemunhamos sua existência. Ela não nos exige olhos, boca, coração, cérebro: nosso corpo ignora sua presença, e muito menos se dá conta de sua ausência. Não temos o número do telefone das pessoas para quem não ligamos. A indiferença, se tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada.

Uma criança nunca experimentou essa sensação: ou ela é muito amada, ou criticada pelo que apronta. Uma criança está sempre em uma das pontas da gangorra, adoração ou queixas, mas nunca é ignorada. Só bem mais tarde, quando necessitar de uma atenção que não seja materna ou paterna, é que descobrirá que o amor e o ódio habitam o mesmo universo, enquanto que a indiferença é um exílio no deserto.

Martha Medeiros

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Talvez ignorância

Mais um ano eleitoral em que nós, lemos e escrevemos sobre a atual situação de nosso país. Porém, de que nos interessa tanta preocupação? Afinal estamos falando de Brasil, país do carnaval e do futebol,este sim nos interessa: "A copa do mundo é NOSSA..."♫
Certos das coisas que realmente mudarão nossas vidas, votamos conscientimente em quem queremos que ganhe o Big Brother Brasil, tem exemplo maior da capacidade de um país do que em 3 dias conseguir cerca de 150 milhões de votos? Somos brasileiros, "não desistimos nunca" e adoramos eleições, escutar a musquinha da urna elêtrônica realmente nos seduz, quer melhor brinquedo de gente grande do que este? E em quem votamos afinal? Ô perguntinha besta a minha, já ia me esquecendo do país que estou falando, país em que a maioria dos votantes já esqueceram o nome dos contemplados através de seu briquedo nas últimas eleições.
A escolha de quem votarei nas próximas eleições não me preocupa, sei que basta ficar algumas horas em frente à televisão, pois esta sim é a solução. Quem pode mais chora menos neste mundo eleitoral, e nós, sabemos disso, porém gostamos do nosso espírito capricorniano, ficamos sentados nos fazendo de vítimas. Assistindo de camarote um espetáculo circense escrito e dirigido por nós.
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"Minha Alma inteira, é de LIBERDADE! E uma alma livre não se põe a soga!"